MA8 antecipa estudo sobre o setor de veículos, máquinas e equipamentos em três cenários político-econômicos e divulga flashes do relatório semestral
Ao final do texto há o link para download de um extrato do estudo principal, em PDF
- Acentua-se o viés negativo para caminhões e equipamentos, enquanto se apresentam possibilidades de recuperação mais rápidas para carros e comerciais leves
- Passada a crise política atual, o setor automotivo poderá se recuperar a partir de 2019, independentemente da linha ideológica que assumir o Governo em 2018
- A recuperação do setor está diretamente relacionada ao que acontecer com a nova matriz econômica da China
- Consultoria mantém previsões anteriores de recuperação seletiva a partir do agronegócio, divulgadas no início deste ano
A MA8 Management Consulting Group antecipou novos estudos sobre o setor automotivo “on-road e off-road”, considerando três possíveis cenários que combinam economia e política. Com o encerramento do semestre, agravado pelas turbulências políticas que impactaram diretamente a economia, a MA8 ressalta as oportunidades seletivas de recuperação e vê uma possível reversão em médio prazo para alguns segmentos, incluindo carros e comerciais leves, devido à baixa da inflação, redução dos juros e solução dos entraves políticos após as eleições em 2018.
De acordo com o estudo a capacidade de retomada do setor automotivo brasileiro é muito grande e rapidamente poderá retornar com viés de crescimento, tão logo a crise política seja controlada. “A empresa entende que há uma tendência de separação entre economia e política, no humor da força de trabalho e consumo, e aparentemente isso ocorre por fadiga da atual situação. As pessoas sabem que, a despeito da crise política, a vida segue, a economia precisa andar, o dinheiro circular e o mercado consumir”, diz o extenso relatório da consultoria. As redes de concessionárias continuam sendo o elo mais fragilizado em toda a cadeia automotiva e podem dificultar os planos de recuperação de muitas marcas no País. Quanto à China, a nova matriz econômica focada em consumo, financiamento e serviços, em implantação pelo líder Xi Jinping, favorecerá uma nova fase de crescimento global após 2019 e o Brasil novamente se beneficiará disso.
Olho na China
O agronegócio representa mais de 50% das exportações e quase um quarto de todo o PIB nacional. Somando-se as projeções recordes de safra, o câmbio favorável ao exportador e uma possível aceleração da China a partir de 2018, a matriz de exportação brasileira, que possui mais de 55% de suas receitas ancoradas em commodities minerais e agrícolas, não mudará tão cedo e isso favorecerá o setor de máquinas agrícolas, uma parcela dos equipamentos de construção e o segmento de caminhões pesados.
Segundo a consultoria, a economia chinesa consolidará a nova matriz interna com financiamento doméstico, consumo e prestação de serviços nos próximos quatro anos e isso pode trazer nova onda de crescimento global.
“China e Estados Unidos devem impulsionar um novo movimento de expansão global a partir de 2019 e o Brasil vai se beneficiar das ondas ou das marolas, mas desta vez com polpudas reservas cambiais. Tudo isso favorecerá o humor interno, o crédito, os índices de confiança e o consumo”, cita o relatório, que lembra ainda: “a China possui US$ 3,2 trilhões em reservas e uma enorme capacidade de gestão, o que reduz muito os riscos econômicos”
Estudo destaca três cenários possíveis baseados nas questões políticas e econômicas
Segundo a MA8, as projeções lineares dessazonalizadas exprimem tendências com bom índice de precisão. Em cada um dos cenários previstos, a consultoria correlacionou elementos macroeconômicos locais, externos, comerciais, políticos e comportamentais.
Cenário conservador: aponta que a probabilidade de recuperação é média, com viés de baixa, o que significa uma junção do enorme potencial econômico do País com a capacidade destrutiva da gestão política. O levantamento considera que os planos de contenção de gastos e equilíbrio fiscal do governo serão implantados sob turbulências e algumas “colchas de retalhos”. Deve haver recuperação lenta da economia, com impactos positivos da virtual retomada chinesa, redução de juros, recuperação gradual do PIB, déficit elevado, porém controlado, recuperação suave dos níveis de emprego e dos índices de confiança. Agronegócio continua como hedging e poucos conflitos políticos econômicos internacionais.
Cenário otimista: probabilidade é baixa com viés neutro, ou seja, pode ocorrer uma nova onda de crescimento global, mas sem euforia. O cenário inclui o impacto positivo da economia chinesa no setor automotivo brasileiro, na economia do País e seus efeitos na balança comercial, trading terms e expansão de reservas. Redução dos juros internos, aumento dos índices de confiança, recuperação do crédito e dos setores de serviços e indústria, além de transições de governos sem rupturas constitucionais em 2018 e 2020.
Por último, cenário pessimista: probabilidade média com viés neutro, ou seja, um cenário no qual a situação ainda poderia piorar nos próximos três anos, mas sem rupturas institucionais. Para este caso, a MA8 considera a hipótese de agravamento das crises econômica e política; inclui os efeitos da situação no setor automotivo brasileiro e na economia em geral.
Nota: Não foram considerados, em nenhum cenário, os efeitos de um eventual lockout do BNDES como consequência das agendas de investigações do Ministério Público. Neste caso, se ocorrer, o relatório observa que as projeções serão revisadas.
Todos os cenários são correlacionados a um extenso banco de dados com os principais índices em cada setor, tais como PIB segmentado, câmbio, taxas de juros, planos logísticos, acordos comerciais internacionais, consumo, confiança, emprego, etc.. Os dados são alinhados com séries históricas e com eventos sazonais.
Difícil retorno dos volumes de vendas domésticas aos níveis do início da década
Os volumes de vendas anuais entre 2006 e 2012 sucederam recordes e projetaram um mercado que chegaria a cinco milhões de veículos em 2017 e hoje, contabilizam apenas 40% das projeções do início da década. “O parque industrial se preparou para aquele volume e o Brasil possui capacidade instalada para produzir mais de cinco milhões de veículos por ano, porém a curva de re-aceleração será lenta”, diz o relatório da MA8.
O que é possível crescer?
Para as vendas atuais do setor de veículos e máquinas retornarem em cinco anos aos níveis de 2012, quando foram vendidas internamente 3,9 milhões de unidades, é necessário um crescimento médio ininterrupto anual de 13%, o que seria tecnicamente possível para carros, comerciais leves e máquinas agrícolas. Contudo, as razões que sustentaram o crescimento entre 2006 e 2012 não mais existem na economia brasileira e global e a instabilidade política nos acorrentou ao pé da mesa por um bom tempo. Em complemento, o estudo ressalta que, para o mercado de caminhões acima de 3,5 toneladas, que este ano deve ficar abaixo das 43 mil unidades, retornar aos níveis de 2013 daqui a cinco anos, seria necessário um crescimento anual médio, de 29% o que, historicamente nunca aconteceu e dificilmente teremos novamente as políticas irresponsáveis de financiamento do BNDES como houve entre os anos de 2012 e 2014. Para máquinas e equipamentos de construção o cenário é igual e o crescimento médio precisaria ser de 35% ao ano, por cinco anos. Algo impensável.
Por fim, o relatório da MA8 finaliza mencionando que há razões para não perdermos o otimismo, pois o Brasil tem mercado resiliente e basta um pequeno sinal de separação das questões políticas, das econômicas, para o setor automotivo surpreender mais rápido do que o previsto.
Obs: O estudo já está disponível na íntegra para os clientes da MA8, contudo estão disponibilizados gratuitamente “flashes” no site da empresa a partir de hoje. Basta acessar o endereço: www.ma8consulting.com e entrar na seção “Estudos e Releases”
Pode-se também baixar o Flash do estudo diretamente a partir do seguinte link:
Projeções Estratégicas MA8 – Setor Automotivo – Três Cenários