Não acredite em boatos especulativos de mercado sobre a China e entenda o que ocorre lá, antes de falar em Slowdown.
A China está muito bem e o crescimento do PIB para 2019, previsto em 6,3% sobre a matriz de US$ 14 trilhões por ano, é mais saudável do que os índices de crescimento anteriores de 8%-9% sobre uma economia com a metade do tamanho atual (veja o gráfico da MA8). As vendas no varejo subiram 9,8% em um ano (base junho), acelerando de 8,6% em maio. O crescimento da produção industrial foi 6,2%, contra 5% em maio. O investimento em ativos fixos subiu 5,8% nos primeiros seis meses, acima dos 5,6% de janeiro a maio. A inflação e o mercado de trabalho permaneceram estáveis e os índices de preços ao consumidor e de desemprego, respectivamente 2,2% e 5,1%, no primeiro semestre, estão abaixo das metas do governo.
O líder Xi Jinping está com todos os seus planos econômicos nos trilhos, desde que iniciou a mudança da matriz econômica do país (2015-2016), de fomento à produção e infraestrutura, para consumo, serviços e financiamento.
O crescimento do PIB chinês, de 6,3% previsto para 2019, é sólido e sustentável. O setor de serviços, que responde por 55% do total, aumentou 7% no primeiro semestre deste ano, superando o aumento de 3% na indústria primária e 5,8% na secundária. O consumo continuou a desempenhar um papel importante, contribuindo com 60% da expansão econômica no semestre. As exportações líquidas contribuíram com 20,7% do crescimento do PIB e nem vou falar da força do setor automotivo local.
Portanto, não acredite em boatos sobre a China. Lembre-se, um país com US$ 3,2 trilhões em reservas possui um painel de controle muito poderoso para manter-se nos trilhos e os chineses sabem muito bem o que estão fazendo, pois a meritocracia de gestão pública impera por lá.
O. Merluzzi