INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA – Os desafios para o Brasil não ficar para trás

O Brasil tem desafios estruturais, sociais, culturais, econômicos e regulatórios para serem transpostos, antes de alcançar o mesmo nível do mercado automotivo que as megatendências do setor projetam para os próximos dez anos.

Neste gráfico, o resumo de um estudo recente da MA8 em pesquisa com vários especialistas do setor automotivo e da economia. O tema: AS MEGATENDÊNCIAS NO SETOR AUTOMOTIVO E OS DESAFIOS PARA O BRASIL EVITAR A DEFASAGEM.

Em adição ao resumo, algumas considerações internas:

  1. O desenvolvimento do mercado de carros puramente elétricos no Brasil dependerá de uma fase de transição, a qual poderia ocorrer com os veículos híbridos. Contudo, os elevados custos de produção e preço ao consumidor inviabilizam as vendas em uma escala que sustente os investimentos e motive os consumidores a abandonarem os veículos a combustão.
  2. A tecnologia dos veículos a combustão com motores a álcool ou biocombustível não pode ser esquecida nessa transição. O país perdeu a chance de ser protagonista na questão da mobilidade pouco poluente, o que facilitaria abraçar uma agenda futura de redução das emissões no setor de transporte, sem maiores riscos para o setor.
  3. As vendas de carros elétricos ou híbridos, no mundo, dependeram (e ainda dependem) de fomentos e incentivos fiscais e tributários, oferecidos pelos governos aos consumidores. As contas públicas do Brasil estão severamente comprometidas pelos próximos dez anos e isso pode ser uma barreira ao desenvolvimento do mercado local de veículos movidos a fontes alternativas e energia limpa.
  4. O setor automotivo brasileiro (em toda cadeia) representa mais 20% do PIB industrial e deve ser protegido de regulações impositivas que estabeleçam regras inalcançáveis em curto e médio prazos.
  5. O futuro da Petrobrás precisa ser definido para esse novo cenário, sendo o governo, seu maior acionista. Da mesma forma, a outra empresa controlada, responsável pelo setor de geração e distribuição de eletricidade é a Eletrobrás e uma competição entre as duas empresas não seria saudável em um período de longo déficit fiscal no país. 
  6. Os desafios tecnológicos para o setor automotivo são menores que os potenciais impactos dos desafios políticos e econômicos no setor.
  7. A evolução das novas tecnologias no setor automotivo global pode aumentar a distância entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento. A China, nesse setor, está incluída nos países desenvolvidos.

Cada um dos itens acima mereceram desdobramentos internos no estudo desenvolvido pela MA8.

O. Merluzzi


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