O problema de superaquecimento das baterias ion-de-lítio com eletrólitos líquidos ou pastosos é velho conhecido e só será resolvido quando chegarem as baterias solid-state.
Várias montadoras estão fazendo recall dos carros elétricos por causa de alguns incêndios espontâneos reportados. Hyundai, GM, Ford e BMW iniciaram recalls oficiais para milhares de unidades nos últimos meses em vários países, não só de veículos puramente elétrico, mas também de alguns modelos híbridos. A Tesla continua dizendo que “está investigando” alguns possíveis casos de fogo espontâneo, mas muitos vídeos circularam com veículos da marca queimando (alguns eram fake, outros não).
Segundo uma nota oficial, a GM informou aos clientes que as concessionárias farão uma reprogramação do software da bateria, para limitar a carga máxima do veículo a 90% e enquanto isso não ocorre, os clientes deveriam evitar estacionar os veículos em garagens até receberem a atualização do software. Sem qualquer crítica, a fabricante está agindo com responsabilidade, apesar do problema.
A Ford é outra que assumiu a responsabilidade e ofereceu para substituir a bateria, informando que a causa foi identificada como sendo um problema de contaminação da célula da bateria no processo de produção do fornecedor, o que poderia causar “consequências graves”.
Ao que tudo indica, os incêndios em baterias de carros elétricos continuam a ser ocorrências pouco frequentes, mesmo em comparação com os incêndios em veículos a gasolina. Porém, chamam a atenção por se tratar de uma tecnologia nova, queridinha no mercado das tendências e disruptiva de certa forma, mas não é só isso. O blog do Oleodieselnaveia vem publicando notas e artigos sobre esse tema, há pelo menos dois anos.
A bateria íon-de-lítio, esteja ela em um carro, patinete ou smartphone, pode pegar fogo se for fabricada incorretamente, danificada ou “estressada” se o software que a protege de receber muita carga elétrica não funcionar corretamente.
Quanto aos carros elétricos, um dos desafios das baterias é o sistema interno de refrigeração e com o aumento das vendas, esse tipo de incidente deve ocorrer com maior frequência, seja por erro de montagem, má utilização ou formação de cristais nos eletrólitos.
As fabricantes alegam que, estatisticamente, o número de incidentes é insignificante, mas a questão é quando esse “insignificante” ocorre na garagem da sua casa ou no subsolo do seu prédio. A bateria de um carro elétrico em chamas é uma cena assustadora, um fogo muito difícil de ser apagado.
Como toda tecnologia nova, problemas aparecem. É preciso corrigir rotas e a tendência é que sejam resolvidos em médio prazo.
Pessoalmente continuo apostando nas baterias em estado sólido, que devem chegar em breve no mercado, tornando os atuais modelos de carros elétricos ligeiramente obsoletos.
O. Merluzzi